quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

EDUCAR PELA PESQUISA


A Família é a instância mais responsável pela condição de emancipação dos filhos.”

O autor coloca-se numa posição clara e objetiva, escrevendo que a base da educação escolar é a pesquisa, que a pesquisa deve ser atitude cotidiana no professor e no aluno, que questionar reconstrutivamente com qualidade formal e política e o pilar do processo de pesquisa.  Alem disso dá algumas definições importantes sobre educação, conhecimento e pesquisa.

 Ele define a educação como um processo de formação da competência humana e o conhecimento é parte desse processo, pois por si só conhecimento é apenas meio, para se tornar educativo precisa orientar-se pela ética dos fins e valores.

Define a pesquisa numa perspectiva mais ampla, onde pratica e teoria anda junta com marca política. A marca política seria a ideologia e o caráter cidadão do ser humano que tem formação como sujeito critico e criativo  que encontra no conhecimento a arma para inovar, o que o autor chama de fazer e se fazer oportunidade histórica.  Esse caráter cidadão é adquirido na escola, fundamentado no conhecimento para criar uma sociedade ética, mais equitativa e solidaria. Para o autor, não adianta apenas transmitir o conhecimento, mas é preciso que o aluno introjete o conhecimento e crie, ou seja, construa o seu conhecimento a partir do transmitido. É enfático em dizer que a aula copiada não constrói. É necessário instigar o aluno ao questionamento reconstrutivo para que esse seja processo de construção do sujeito histórico e processo emancipatório para esse sujeito. (Para que haja emancipação tem que haver a pesquisa).

O autor faz algumas relações importantes entre educação e pesquisa. Relaciona que ambas se opõem a ignorância, ambas valorizam o questionamento, ambas se dedicam ao processo reconstrutivo, ambas defendem a união da teoria e da pratica, ambas se opõem à condição de objeto, ambas se opõem a procedimentos manipulativos, ambas condenam a copia.

A questão que o autor trata com mais ênfase é a posição do professor na sala de aula. Diz que o aluno, ou sujeito histórico, critica e criativo, vai a escola para pesquisar, ser um parceiro de trabalho do professor. Contudo para que isso seja realidade se faz necessário desfazer a aula copiada, pois ela tem trazido um caráter diferente ao papel do professor. O professor esta sendo apenas um transmissor, um mero orientar subserviente ao sistema. Para que isso mude é preciso incentivar o questionamento reconstrutivo e colocar a pesquisa como parte do cotidiano do aluno. Trata-se de passar pela vida criticamente, tanto no sentido de consciência critica quanto  o saber intervir na realidade, ou seja, ler a realidade sendo questionador para reconstruí-lo como sujeito competente.

Nesse momento de reflexão o autor define o que venha a ser questionamento. Para ele questionar é o sujeito ser capaz de, tomando consciência critica, formular e executar projeto próprio de vida no contexto histórico. Não é apenas criticar, mas intervir alternativamente, superar a condição de objeto e se tornar sujeito.

Por reconstrução entende que é o instrumento mais competente da cidadania, tendo caráter de conhecimento inovador e sempre renovado.É  também a base para a consciência critica e a alavanca da intervenção inovadora.Inclui interpretação própria, formulação pessoal,elaboração trabalhada, saber pensar,aprender a aprender. Tudo isso sempre ressaltando a importância da qualidade formal e política, tendo em vista que ambas tem importante papel para emancipação educativa, com vetores bem definido compostos pelos meios(conhecimento inovador) e pelos fins (cidadania ética).

Diz que até certo ponto educação e pesquisa são coincidentes. Mas existem pontos peculiares de cada uma delas. A pesquisa constitui-se um resultado especifico a uma problemática,significa um produto localizado, ressalta muito mais o compromisso formal do conhecimento reconstruído. A educação é entendida como competência a condição de não apenas fazer, mas saber fazer e saber refazer as relações sociais .Ser competente é a maneira de todo dia saber questionar e reconstruir. Um reflexão forte que autor faz é de que um povo incompetente,ou seja, não educado,entrega tudo de mão beijada, sendo que a questão não é ser um pais rico ou pobre, mas competente para saber administrar os seus recursos. A competência não é competitividade, apesar de estar ligada a ela, a competência é um atributo da cidadania, do sujeito consciente e organizado capaz de fazer sua própria historia. Ela esta ligada a educação de qualidade e esta  ligada a economia competitiva.

Por fim o processo educativo competente implica em qualidade formal e política, coligando os meios e fins . Sendo a competência o meio de fazer oportunidade e fazer-se oportunidade.
 Por Aliciane Costa
Referências:
Freire, Paulo - Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo    
    Freire. – São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção Leitura)

Demo, Pedro - Educar pela Pesquisa. – São Paulo: Autores Associados, 4ª Ed. - ( Coleção Educação                               Contemporânea)








    

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