A Família é a instância mais
responsável pela condição de emancipação dos filhos.”
O autor coloca-se numa posição
clara e objetiva, escrevendo que a base da educação escolar é a pesquisa, que a
pesquisa deve ser atitude cotidiana no professor e no aluno, que questionar
reconstrutivamente com qualidade formal e política e o pilar do processo de
pesquisa. Alem disso dá algumas
definições importantes sobre educação, conhecimento e pesquisa.
Ele define a educação como um processo de
formação da competência humana e o conhecimento é parte desse processo, pois
por si só conhecimento é apenas meio, para se tornar educativo precisa
orientar-se pela ética dos fins e valores.
Define a pesquisa numa
perspectiva mais ampla, onde pratica e teoria anda junta com marca política. A
marca política seria a ideologia e o caráter cidadão do ser humano que tem
formação como sujeito critico e criativo
que encontra no conhecimento a arma para inovar, o que o autor chama de
fazer e se fazer oportunidade histórica.
Esse caráter cidadão é adquirido na escola, fundamentado no conhecimento
para criar uma sociedade ética, mais equitativa e solidaria. Para o autor, não
adianta apenas transmitir o conhecimento, mas é preciso que o aluno introjete o
conhecimento e crie, ou seja, construa o seu conhecimento a partir do
transmitido. É enfático em dizer que a aula copiada não constrói. É necessário
instigar o aluno ao questionamento reconstrutivo para que esse seja processo de
construção do sujeito histórico e processo emancipatório para esse sujeito.
(Para que haja emancipação tem que haver a pesquisa).
O autor faz algumas relações
importantes entre educação e pesquisa. Relaciona que ambas se opõem a
ignorância, ambas valorizam o questionamento, ambas se dedicam ao processo
reconstrutivo, ambas defendem a união da teoria e da pratica, ambas se opõem à
condição de objeto, ambas se opõem a procedimentos manipulativos, ambas
condenam a copia.
A questão que o autor trata com
mais ênfase é a posição do professor na sala de aula. Diz que o aluno, ou
sujeito histórico, critica e criativo, vai a escola para pesquisar, ser um
parceiro de trabalho do professor. Contudo para que isso seja realidade se faz necessário
desfazer a aula copiada, pois ela tem trazido um caráter diferente ao papel do
professor. O professor esta sendo apenas um transmissor, um mero orientar
subserviente ao sistema. Para que isso mude é preciso incentivar o
questionamento reconstrutivo e colocar a pesquisa como parte do cotidiano do
aluno. Trata-se de passar pela vida criticamente, tanto no sentido de
consciência critica quanto o saber
intervir na realidade, ou seja, ler a realidade sendo questionador para reconstruí-lo
como sujeito competente.
Nesse momento de reflexão o autor
define o que venha a ser questionamento. Para ele questionar é o sujeito ser
capaz de, tomando consciência critica, formular e executar projeto próprio de
vida no contexto histórico. Não é apenas criticar, mas intervir
alternativamente, superar a condição de objeto e se tornar sujeito.
Por reconstrução entende que é o
instrumento mais competente da cidadania, tendo caráter de conhecimento
inovador e sempre renovado.É também a
base para a consciência critica e a alavanca da intervenção inovadora.Inclui
interpretação própria, formulação pessoal,elaboração trabalhada, saber
pensar,aprender a aprender. Tudo isso sempre ressaltando a importância da
qualidade formal e política, tendo em vista que ambas tem importante papel para
emancipação educativa, com vetores bem definido compostos pelos meios(conhecimento
inovador) e pelos fins (cidadania ética).
Diz que até certo ponto educação
e pesquisa são coincidentes. Mas existem pontos peculiares de cada uma delas. A
pesquisa constitui-se um resultado especifico a uma problemática,significa um
produto localizado, ressalta muito mais o compromisso formal do conhecimento
reconstruído. A educação é entendida como competência a condição de não apenas
fazer, mas saber fazer e saber refazer as relações sociais .Ser competente é a
maneira de todo dia saber questionar e reconstruir. Um reflexão forte que autor
faz é de que um povo incompetente,ou seja, não educado,entrega tudo de mão
beijada, sendo que a questão não é ser um pais rico ou pobre, mas competente
para saber administrar os seus recursos. A competência não é competitividade,
apesar de estar ligada a ela, a competência é um atributo da cidadania, do
sujeito consciente e organizado capaz de fazer sua própria historia. Ela esta
ligada a educação de qualidade e esta
ligada a economia competitiva.
Por fim o processo educativo
competente implica em qualidade formal e política, coligando os meios e fins .
Sendo a competência o meio de fazer oportunidade e fazer-se oportunidade.
Por Aliciane Costa
Referências:
Freire, Paulo -
Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo
Freire. – São Paulo: Paz e Terra, 1996. –
(Coleção Leitura)
Demo, Pedro - Educar
pela Pesquisa. – São Paulo: Autores Associados, 4ª Ed. - ( Coleção
Educação
Contemporânea)
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