quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

DEMOGRAFIA DIGITAL


No mundo digital, como no mundo real, há pessoas,paises e coisas. No que diz respeito as pessoas, o poder da internet está sendo subestimado por aqueles que se dedicam a prever futuro. Eles são excessivamente lineares. Um exemplo: quando somam as contas da internet, nem sempre levam em conta que, para cada conta, pode haver até dez usuários diferentes. No México, a média é seis.
Também não são muito fies à realidade, a situação por pais, principalmente depois da incorporação de novas modalidades de acesso, como os telefones celulares como browsers, ou os computadores públicos ou comunitários que, numa única conexão, somam centenas de pessoas. Não seria de estranhar que já tenhamos 1 bilhão de usuários em todo o mundo.
Como se dispõem os usuários hoje? Nos Estados Unidos há um grande grupo de usuários jovens, com não mais de 15 anos, que poderíamos chamar de 100% digitais. Eles usam o computador e navegam pela internet como peixes na água.
Mas há também um segundo grupo escondido que é tão fascinante quanto surpreendente: são as pessoas com mais de 65 anos. Por sinal, este é um dos grupos de mais rápido crescimento. Eles compartilham uma característica como o primeiro: a disponibilidade de tempo.
No meio temos os desamparados digitais. São os que não entraram no processo de digitalização. Encontram-se nessa situação não  por preguiça ou falta de recursos, mas porque simplismente chegaram ao mundo no momento errado. Talvez seus interesses sejam diferentes ou sua visão do mundo não permitia incluir tão facilmente a tecnologia na vida cotidiana. O mais curioso é que os que hoje dirigem escolas, empresas, e até nações são justamente os membros dessa categoria. Ai poderia estar a causa da lentidão de alguns avanços.
É igualmente importante identificar os países com maior avanço digital e analisar por que algumas nações com um perfil de desenvolvimento econômico semelhante estão mais avançadas que outras na aplicação da tecnologia disponível.A exemplo do que falo fica o sistema de eleição do Brasil e o dos Estado Unidos.
Se obtivermos as estatísticas que indica o numero de linhas telefônicas por centenas de habitantes, ou a densidade dos domínios registrados na web, ou a porcentagem de lares onde há um computador ou conexão a internet, descobriríamos que nos países escandinavos ,por exemplo os números são mais altos que nos Estados Unidos. Trata-se de países em que a maioria da população domina o inglês e tem um nível elevado de educação.
A Alemanha, a França e a Itália, por outro lado, poderosas forças econômicas, compartilham a qualidade das telecomunicações e têm dados estatísticos parecidos quanto a quantidade de telefones e nível de serviços.A França, por exemplo, até há pouco tempo gastava mais dinheiro por assinante , na pesquisa das telecomunicações , que qualquer outro pais do mundo.
Entretanto, qualquer um desses três países europeus está abaixo de um limear interessante no tocante ao uso da internet. Comparemos o caso francês com o da Noruega ou da Suécia. Enquanto a França tem cerca de 5% dos computadores instalados e das residências conectadas a internet, nos países escandinavos a porcentagem fica acima de 60% . Essa enorme diferença explica porque a principal força mobilizadora do processo de digitalização é a cultura. Essas nações têm uma visão muito diferente do mundo.
Ainda que o conceito da cultura inclua uma enorme quantidade de elementos, há alguns que são especialmente importantes quando se trata do mundo digital. Um deles é o respeito pelas liberdades individuais;o outro é a economia subterrânia. Geralmente malvista, essa economia freqüentemente sustenta um pais inteiro, como é o caso da Itália. Isso é relevante porque a economia digital estará muito próximo do consumidos que a economia dos átomos.
Outra caracterista da cultura de muitos países latinos é uma espécie de salutar falta de respeito pela autoridade. Não pretendo advogar a causa anarquista, mas debater o compromisso maior . A cultura horizontal dá muito mais frutos que a cultura vertical.A America Latina, por sua vez, apresenta traços específicos que a tomam extremamente interessante para o desenvolvimento da economia digital. As telecomunicações estão melhorando consideravelmente.
Quanto às coisas, o terceiro elemento tem a ver com os objetos que estão “conectados” a internet. Não se trata apaenas dos computadores de escritórios, palmtops ou dos servidores. Tampouco se trata de telefones celulares ou de serviços de Pager. Trata-se das coisas que estão na internet com identidade própria e de modo como são usadas.Em outras palavra, trata-se de aproveitar a inteligência da rede para conseguir um desempenho melhor.
 Os eletrodomésticos continuam na lista de adesões futuras. Já existem modelos de geladeira com um dispositivo que lê os códigos de barra dos produtos e mantém um inventário do "estoque", ao qual o proprietário pode ter acesso a partir do computador de sua casa ou a milhares de quilômetros de distância e saber qual é a lista de compras a ser feita antes mesmo de chegar de volta a sua casa. Mas com que freqüência a geladeira é trocada? Não muito freqüentemente, é verdade. Poderíamos até dizer que o metabolismo da internet é o extremo oposto do metabolismo que regula a troca de geladeiras. Provavelmente troca-se de automóvel com mais freqüência. Portanto, talvez esse tipo de eletrodomésticos não esteja entre as coisas que merecem mais atenção em virtude de sua conexão à internet.
O caso dos brinquedos e jogos é diferente. Em mais de cinco anos - mas sem dúvida em menos de dez - haverá mais Barbies conectadas à internet que cidadãos norte-americanos. A média hoje nos Estados Unidos é de sete Barbies por menina. Nesse ritmo, em pouco tempo a população dominante na internet não será constituída de pessoas e sim de coisas.

 

Por Aliciane

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