Do ponto de vista
global, uma das principais conseqüências da revolução digital é o impacto da
digitalização e da interconectividade sobre o conceito de nação. Os países
nasceram e se desenvolveram, em geral, com base no fator diretamente
relacionado com os átomos, tal como os acidentes topográficos ou as demarcações
naturais produzidas por montanhas, rios, vales ou oceanos. Hoje as demarcações
digitais passam por outro vetor e são tanto locais como universais.
“Poderíamos
dizer que os melhores governos, os mais eficientes, são aqueles que administram
unidades territoriais que tem entre 3 mil e 5 mil habitantes. Esse fenômeno,
produto da era digital, leva-nos a pensar que dentro de 10 ou 15 anos estaremos
na presença de uma mundo com muito mais países que os que existem atualmente.
Se hoje existem menos de 200 nações, não seria exagero prever um mundo com
milhares de países em não mais de 50 anos. Talvez essa nova configuração
política exija uma mudança na forma de gestão global, que será muito diferente
da Organização das Nações Unidas. “(Jayr Figueiredo de Oliveira)
Outro fenômeno que pode
causar algum impacto, principalmente nas nações em desenvolvimento, é a
profunda mudança do conceito de classe mundial, associado ao urbano, e do
conceito de rural, historicamente vinculado à pobreza. Desde tempos imemoriais
as pessoas que vivem no campo parecem resignadas a sacrificar a qualidade de
vida presente em prol de esperanças futuras. A vida na cidade sempre ofereceu
melhores possibilidades educacionais para os filhos, uma boa cobertura para a
saúde e, fundamentalmente, a esperança de um emprego seguro e estável. A
clássica migração do ambiente rural para as grandes cidades talvez seja
revertida com o advento do mundo digital. No mínimo haverá uma aproximação dos
habitantes do campo das vantagens e da qualidade do mundo urbano.

Hoje, graças ao advento
da digitalização, o sincronismo começa a ser quebrado.
Assistimos menos à
televisão e as pessoas trabalham em suas casas. Nem tudo é feito como se
costumava fazer. A falta de sincronismo produzirá, num curto espaço de tempo,
um efeito considerável em nossas vidas, tanto do ponto de vista de nossa
individualidade como de nossos relacionamentos com nossos semelhantes. É
impossível prever sua magnitude.
O recurso natural mais
precioso de qualquer país, as crianças, merece um comentário final.
Geralmente as políticas
educacionais deixam muito a desejar. No entanto, se o aspecto preocupante
dessa realidade for levado aos governantes, estes assegurarão que não se pode
fazer um grande investimento para melhorar os programas de educação e obter
resultados somente 20 anos depois.
Apesar disso, vemos que
há muitos países executando projetos de investimento em infra-estrutura há dez
ou 15 anos, ou seja, em pontes, estradas ou túneis. No caso da construção,
apesar de os resultados não serem vistos senão depois de alguns anos, é
possível observar o processo e os avanços enquanto o trabalho é realizado. Há
demonstrações quantificáveis, átomos que deixam claro que alguma coisa está
acontecendo: veículos, escavações, explosões, pessoas que vão e vêm, poços,
máquinas, coisas que se podem ver e tocar e que impressionam pelos
desdobramentos que produzem.
O processo educacional
não produz essas mudanças ostensivas. Por isso, lamentavelmente, é tão difícil
vendê-lo como um processo rentável na era do átomo. Simplesmente porque não põe
em evidência provas que possam ser percebidas pelos sentidos. Isso também pode
ser objeto de transformações no mundo digital, na era dos bits.
Por Aliciane em 2009
Por Aliciane em 2009
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